De tanta petrificação, a respiração quase parou e o coração teve dificuldade em bater.
O meu interior está congelado. As pequenas pedras de gelo acumularam-se, uma a uma. À medida que caíam magoavam, primeiro de forma subtil fantasiada por aquilo que nos cega, depois de forma tão natural que o hábito controlou a dor. Formaram, agora, um enorme iceberg, aquele que se tinha derretido no Verão. E hoje, hoje caiu, gelada e cortante, mais uma pedra de gelo...
Assim está o meu mundo, a ficar cada vez mais escuro. E não depende de mim clarificá-lo. Talvez não dependa de ninguém. Talvez ele tenha mesmo de ser escuro. E então? Eu até gosto de cores escuras... Balelas... Estou destruída, hoje.